O Gigante Enterrado

O autor

Britânico de origem Japonesa, Kazuo Ishiguro foi laureado com o prêmio Nobel de Literatura em 2017. A academia Sueca (responsável pelo Nobel de Literatura) relatou: “em seus romances de grande força emocional, revelou o abismo sob nossa sensação ilusória de conexão com o mundo”.

A obra

O Gigante Enterrado não foge a essa característica de romance de grande força emocional, apesar de, por ser uma fantasia, fugir um pouco do estilo do autor, responsável pelos best-sellers Os vestígios do dia e Não me abandone jamais.

Num tempo em que o mito e a história são duas faces da mesma moeda, a Grã-Bretanha está em ruínas, marcada pelas recentes guerras entre bretões e saxões e pela queda do rei Arthur. A população, órfã e desnorteada, vê-se exposta às mais diversas ameaças, de invasões de ogros a uma misteriosa névoa que afunda o passado no esquecimento. Quando Axl e Beatrice decidem partir e, busca do filho, não se lembram de suas feições, da última vez em que o viram e nem mesmo sabem ao certo o seu paradeiro.

Parte da orelha do livro

A leitura

O Gigante enterrado é um livro de leitura fácil, porém com uma narrativa não linear entre os capítulos. É bem comum o(a) leitor(a) se pegar desprevenido(a) ao iniciar um novo capítulo e não saber onde está e nem o que está acontecendo de fato, até que, aos poucos, as histórias se interconectam graciosamente. Isso é posto de forma proposital, dado o enredo apresentado no livro. Afinal, o autor não foi vencedor do Nobel de Literatura à toa.

“Rápido então, princesa”, disse Axl. “Suba nas minhas costas e tente alcançar a ponta da corda. Veja a ponta pendurada ali.”

Trecho do livro

Muito companheirismo, muito cumplicidade e muitas discussões aguardam quem se debruça sobre essa bela fantasia, que trata não apenas da relação entre Axl e Beatrice, mas principalmente sobre memória, esquecimento e como cada personagem lida com essas questões que, eventualmente, nos atingem.